Projeto avalia saúde do solo e segurança alimentar e nutricional de apicultores do Semiárido
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Com o objetivo de gerar novos conhecimentos sobre saúde do solo, balanço de carbono e segurança alimentar e nutricional em áreas do Semiárido brasileiro em sistemas reflorestados com espécies arbóreas nativas, foi implantado em setembro de 2023 o projeto Soil health and carbon sequestration assessment in reforested areas of the Brazilian semi-arid region (Saúde do solo e potencial de sequestro de carbono em áreas reflorestadas do semiárido brasileiro).
O projeto é desenvolvido pela Embrapa, em parceria com a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e a Universidade Federal do Piauí. O financiamento da pesquisa, na ordem de U$ 97.000, ocorreu por meio da fundação norte-americana Costco Corporation.
O projeto prevê, nas áreas reflorestadas, sob vegetação nativa e sistemas de produção convencionais, a avaliação da saúde do solo por meio de indicadores físicos, químicos e biológicos; a determinação dos estoques de carbono utilizando métodos inovadores e ambientalmente sustentáveis, como sensoriamento remoto, modelagem e espectroscopia de emissão ótica de plasma induzida (Libs); a avaliação da estrutura taxonômica da diversidade microbiana do solo e a avaliação da situação de (in) segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares.
Nos sistemas reflorestados, oito espécies nativas e exóticas foram implantadas: moringa, leucena, sabiá, juazeiro, jatobá, algaroba, aroeira e faveleiro; no sistema convencional serão avaliadas culturas anuais ou pastagem para criação de pequenos animais. Já a vegetação nativa de Caatinga, será usada como referência de um estado de equilíbrio.
As ações do projeto serão desenvolvidas nos municípios de Paulistana, Jacobina do Piauí e Itainópolis. Nestes, foram selecionadas 12 propriedades de apicultores participantes do Projeto de Reflorestamento de Espécies Arbóreas implantado há três anos e que tem como objetivo recuperar as áreas degradadas e disponibilizar alimentos para as abelhas, em especial, em períodos de forte escassez hídrica.
“Ao final do projeto pretende-se construir um banco de dados inédito, integrando saúde do solo, sequestro de carbono e segurança alimentar e nutricional, em áreas sob sistemas de produção convencionais e conservacionistas, adotados no Semiárido brasileiro”, destaca o pesquisador Luiz Fernando Leite, da Embrapa Meio-Norte, coordenador do projeto. Além disso, o trabalho pode referenciar estes sistemas reflorestados como alternativas para suprimento de alimentos para as abelhas, principal preocupação dos apicultores.
O projeto possibilitará também mais informações e conhecimento sobre o papel das espécies arbóreas nativas do semiárido brasileiro, contribuindo com a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, permitindo a ampliação da adoção de sistemas agroalimentares sustentáveis na região. O objetivo é fomentar a formulação de novas políticas públicas, pautadas pela promoção da soberania e segurança alimentar de agricultores familiares e o cumprimento de quatro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
O pesquisador Luiz Fernando Leite ressaltou a importância da visita às comunidades. “Esse momento foi muito importante para o estudo multidisciplinar e multidimensional. A partir daí foi possível definir as áreas de coleta de solos, selecionar os apicultores que serão entrevistados e analisados nos diversos aspectos previstos no projeto”, acrescenta.
Participaram da expedição os pesquisadores doutores Edvaldo Sagrilo, Oscar Oliveira Júnior e Henrique Souza, da Embrapa Meio-Norte, que analisaram solos e vegetação, e também a pesquisadora Maristela Santana, da área de Agroindústria do INSA/MCTI, que esteve analisando os cooperados da Casa Apis, para definir o estudo social, da dupla carga de má-nutrição e da percepção de segurança alimentar, nutricional e hídrica, ou seja, aspectos relacionados à saúde dos apicultores.
No período de 05 a 08 de fevereiro, a equipe do projeto retornará às áreas para realizar as primeiras coletas de solo nos locais escolhidos.
Fonte: Assessoria de imprensa – Embrapa