Brasil se consolida como destino seguro para investidores do agro, avaliam especialistas
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Num cenário de instabilidade geopolítica crescente, com tensão entre a China e os Estados Unidos, além de conflitos entre a Rússia e o Ocidente, os investidores internacionais estão em busca de destinos de baixo risco. Nesse contexto, a América Latina, especialmente o Brasil, se destaca como uma região segura e atraente. É o que destacou o pesquisador de relações internacionais, Oliver Stuenkel, para os dois mil participantes da 11ª edição do Confinar, evento que encerrou nesta quarta-feira (15), em Campo Grande – MS.
“A estabilidade política e as relações comerciais robustas, que o Brasil mantém com todos os grandes atores econômicos globais, são pontos importantes para essa atração. O país mantém ótimos laços com China, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã e União Europeia, mesmo quando muitos desses países não têm boas relações entre si. Essa neutralidade diplomática e a capacidade de manter bons negócios, com diversos parceiros, explicam o interesse crescente de investidores estrangeiros no Brasil”, pontuou Stuenkel.
Segundo o pesquisador, o agronegócio brasileiro é um dos setores que mais atraem investimentos, graças ao reconhecimento de sua sofisticação técnica e capacidade de inovação. “Em meio a um mundo instável, o Brasil se consolida como um porto seguro, combinando equilíbrio, capacidade produtiva e inovação tecnológica. Com cerca de 10% da população mundial ainda passando fome, a segurança alimentar se tornou uma prioridade global. Com as mudanças climáticas e a dependência crescente de países como a China na importação de alimentos, o Brasil está bem posicionado para atender essa demanda. A ampliação de redes de distribuição e o desenvolvimento de planos de contingência para importação de alimentos são estratégias essenciais”, explicou.
Além do agronegócio, os setores de tecnologia e inovação também ganham destaque. “Os investimentos em energia renovável e tecnologia da informação estão crescendo, refletindo a capacidade do Brasil de atrair capital para áreas além da agricultura. O setor imobiliário também é atraente, especialmenteialmente em regiões que podem se beneficiar da estabilidade econômica e política do país”.
Oportunidade, foi o destaque do engenheiro agrônomo, Alexandre Mendonça, que apresentou uma análise dos mercados interno e externo. “Estamos presenciando um momento que pode ser uma virada de chave para a pecuária brasileira. A redução significativa da produção de carne nos Estados Unidos, maior em décadas, está criando uma oportunidade única para o Brasil expandir seus mercados. Com essa abertura, o Brasil tem uma excelente chance de aumentar sua importância no mercado mundial de carne bovina nos próximos anos. É essencial que os investidores americanos estejam com bom senso, confirmando que o mercado é cíclico, com períodos de alta e baixa. Manter-se conectado ao mercado, proteger preços e investir com prudência são estratégias fundamentais para aproveitar as oportunidades de longo prazo que beneficiam o Brasil”, finalizou Mendonça, ao destacar as perspectivas para a pecuária de corte.
O Confinar, um dos principais eventos da bovinocultura de corte do Brasil, em sua 11ª edição, reuniu cerca de 2 mil pessoas, entre expositores, produtores rurais e técnicos ligados à pecuária, de vários estados brasileiros. Além da parte técnica, os participantes tiveram acesso a 65 estandes, de 70 patrocinadores, onde puderam conhecer as inovações do mercado, fazer negócios e networking. Segundo a equipe organizadora, a 12° edição do evento, foi confirmada para 2025.
Fonte: Sucesso no Campo