Na realidade atual da suinocultura mais competitiva e que atende a um aumento contínuo de demanda da produção de proteína suína pela sociedade, a criação de suínos em ambientes fechados potencializa os índices produtivos ao mesmo tempo em que aumenta as ocorrências de doenças de características infecciosas. Neste grupo, as doenças respiratórias têm um destaque importante, pois impactam de forma direta o bem-estar dos animais, seu crescimento, a conversão alimentar e o ganho de peso, além de aumentar o índice de mortalidade dos suínos e as vítimas das carcaças ao abate.
A Pleuropneumonia Suína, causada pela bactéria Actinobacillus pleuropneumoniae (APP), por exemplo, ocorre suínos de todas as idades, e é considerada uma das mais importantes patologias na suinocultura por possuir alto índice de morbidade e índice específico de mortalidade.
“Essa é uma doença respiratória grave caracterizada por broncopneumonia fibrino-hemorrágica e necrosante com exsudação de fibrina na fase aguda e aderências firmes de pleura (pleurite adesiva) com formação de nódulos de pneumonia no parênquima pulmonar adjacente à fase crônica.Em situação de surto epidemiológico nas fazendas, estudos indicam que a morbidade pode ultrapassar 50% dos animais, com mortalidade variando entre 1 e 10% dos suínos acometidos. Sua importância em nível mundial deve-se ao alto impacto a nível de campo e de abatedouro, gerando altos custos com tratamentos e profilaxia, além de prejuízos à planta frigorífica”, explica Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal
A transmissão do patógeno ocorre principalmente por meio de contato direto com exsudatos nocivos, sendo também possível através de aerossol a curtas distâncias. O APP permanece viável por alguns dias no ambiente se estiver protegido por muco ou outro tipo de material orgânico, transmitindo-se a transmissão através de fômites.
O desenvolvimento da doença clínica depende de vários fatores, desde a virulência do agente, o número de organismos presentes no ambiente e a suscetibilidade imunológica dos animais, incluindo as condições de confinamento.
Suínos de todas as idades são suscetíveis, mas os surtos geralmente se concentram em animais entre 70 e 100 dias de idade. Após essa fase, segue-se a forma crônica da doença afetando principalmente suínos na terminação.
As consequências da pleuropneumonia variam de acordo com a virulência da cepa infecciosa, do ambiente em que os animais se encontram e da suscetibilidade imunológica, podendo ser potencializada se uma granja apresentar problemas de manejo ou outras infecções concomitantes.
O diagnóstico da doença é laboratorial e anatomo-patológico, realizado a partir do isolamento e identificação da bactéria APP em lesões características, por meio de sorologias ou através de PCR.
No Brasil, as perdas ocasionadas no abatedouro, devido a infecção crônica e/ou subclínica pela APP, são subdimensionadas em sua prevalência e importância econômica. normalmente apenas os danos causados pela elevada mortalidade na terminação são considerados. Entretanto, estudos indicam que para cada 1% de pleurisia ao abate num grupo de suínos ocorre uma perda de 70 gramas por animal abatido (redução de ganho de peso + toalete de carcaças). Também é relatado que os dados econômicos são fornecidos à gravidade das lesões. Além disso, um estudo de 2020 realizado por Diaz et al. estimou-se que, para um lote de 100 suínos com 20% de prevalência de pleurite, o prejuízo total seria de £21, equivalente a cerca de £0,21 por suíno.
A adoção de medidas de controle e profilaxia ambiental, como limpeza e desinfecção das baías, vazio sanitário, e estratégia de manejo no esquema all in – all out, auxiliam na redução da incidência da doença. Mas, por ser causado por um agente de difícil erradicação das plantas, seu controle é complexo. Por isso, a prevenção é a melhor forma de controle da doença e a vacinação desempenha um papel extremamente importante neste quesito.
Estudos de campo realizados pela equipe de Serviços Veterinários da Ceva evidenciam que granjas vacinadas com Coglapix® apresentam índices significativos na redução de lesões pulmonares associadas à doença e melhorias relevantes nos índices produtivos, principalmente quando associadas ao bom manejo sanitário.
Indo além de sua expertise em vacinas, medicamentos e inovação, a Ceva vem aprimorando serviços e ações junto aos produtores em uma abordagem global do sistema de produção, da maternidade à terminação, ajudando cada vez mais a fortalecer a suinocultura nacional. Um exemplo é o Ceva Lung Program (CLP), software gratuito que avalia a saúde pulmonar dos animais abatidos e informa o produtor de maneira precisa sobre os impactos das doenças pulmonares na granja.
A prevenção e o monitoramento dessas afecções nas granjas e nos abatedouros auxiliam a cadeia de produção de proteína suína a ter uma planta mais saudável, uma produção mais rentável e uma proteína de maior qualidade ao alcance do consumidor, fomentando o seu crescimento contínuo em produtividade e qualidade .
Fonte: Gisele Assis/Sucesso no Campo