Pecuarista precisa ter cuidado com o “capim miraculoso”
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Estima-se que cerca de 90% da carne bovina do Brasil é produzida em regime de pastagens. De acordo com a Embrapa, são aproximadamente 177 milhões de hectares de pasto no país, para um rebanho de 234,4 milhões de animais. Na busca por uma pastagem que oferece alimento de qualidade ao rebanho, é preciso atenção para não cair em armadilhas ou falsas promessas de um capim “que só tenha vantagens”.
“Embora pareça promissor, não há um capim que produz 'soluções milagrosas'. Qualquer capim precisará absorver uma grande quantidade de nutrientes do solo para atingir alta produtividade e qualidade. O termo 'capim milagroso' é frequentemente utilizado para descrever variedades que prometem alta produção e qualidade, mesmo em solos pobres, alagados ou com baixa disponibilidade hídrica, por exemplo, mas essa não contém dados. Se o solo e as condições forem ruínas, o capitão irá refletir isso, e a consequência será sentida pelos.”, explica o zootecnista Wayron Castro, assistente de animais de sementes na Sementes Oeste Paulista (Soesp).
Segundo o especialista, é natural que cada forrageira possua critérios e adaptações diferentes. Cada capítulo apresenta suas vantagens e vantagens. “Desconfie quando um produto for apresentado como tendo apenas vantagens, mesmo em diversas condições de clima e manejo. No Brasil, com nossa vasta extensão territorial e seis biomas diferentes, é difícil acreditar que um único capim possa ter resultados excelentes em tantos ambientes diferentes”, detalha.
Testes, validações e a escolha certa
O lançamento de uma nova cultivar é algo que requer muitos anos de pesquisas e validações. A Embrapa, por exemplo, pode levar até 15 anos para desenvolver um novo capim. São vários testes para verificar todo o seu potencial, inclusive em vários biomas. Entre eles são testados conforme recomendações, produção de sementes e sua validação no campo em pelo menos cinco regiões diferentes do Brasil.
Outro cuidado fundamental que o produtor precisa ter, é em relação à qualidade das sementes – estes precisam ter tratamento especial antes de chegar ao campo para garantir aos pecuaristas a coleta desse importante insumo livre de doenças e pragas, como por exemplo, nematoides
As sementes cegadas com tecnologia Advanced da Soesp, por exemplo, recebem na fábrica o tratamento para garantir sua qualidade. A empresa possui laboratório especializado em sementes forrageiras acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e aplica dois fungicidas e um inseticida na superfície das sementes. Todo o processo tecnológico fornece alta pureza e alta probabilidade para Brachiarias e Panicuns.
As sementes cegadas com a tecnologia Advanced têm ainda como importante característica a uniformidade e resistência, assim não entopem os maquinários de plantio e o tratamento não se rompem, chegando intactos ao solo. Além disso, são produtos com inteligência na aquisição de água e ideais para Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com menor custo por hectare. “É fundamental que o produtor busque sementes de empresas idôneas como a Soesp, que sejam associadas da Unipasto e/ou parceiras da Embrapa”, pontua Castro.
Simples e eficiente
Conforme destacado, não existe capim milagroso que possa ter alta produção em solos com baixa fertilidade. Não é apenas uma boa cultivar que vai gerar resultados ao pecuarista, é preciso um conjunto de fatores, e isso passa obrigatoriamente por cuidados e preparo de solo. “Não há mágica, o produtor tem que fazer o básico bem feito, ou seja, adubar, aplicar calcário e buscar a melhoria contínua da fertilidade”, destaca o especialista.
Outra dica importante é que o produtor procure sempre um agrônomo, zootecnista ou um técnico de sua confiança, que conheça bem a sua região e as condições de solo, para poder indicar as variedades que melhor se adaptam a cada realidade. “É válido reforçar que nunca é indicado comprar de insumos pela empolgação, é preciso ser criterioso, pesquisando sobre a origem dos produtos e o histórico da empresa. Somado a isso, é preciso que o produtor exerça o pasto como uma cultura, pois todo investimento ajudará em um bom desempenho dos animais, bem como na garantia de oferta de alimentos com valor mais competitivo”, finaliza Castro.
Fonte: Kassiana Bonissoni/Sucesso no Campo