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A produção de carne bovina brasileira acontece predominantemente no pasto, e nosso sistema produtivo apresenta algumas vantagens em relação a outros países. Entre eles, podemos destacar o menor custo de produção e a maior flexibilidade nos protocolos nutricionais, o que nos torna mais competitivos.

No entanto, a produção de bovinos a pasto também apresenta alguns desafios para o produtor, como, por exemplo, a dependência da sazonalidade na produção de forragem e o correto mesmo da forrageira, respeitando a sua altura de pastejo para evitar o subconsumo ou superconsumo, que pode resultar em perda de massa ou manipulação de massa.

De modo geral, as forrageiras observam três fatores para o seu ótimo crescimento:  luz, temperatura e umidade. Sendo assim, de acordo com as diferentes estações do ano, verificamos maior ou menor produção de forragem. 

Durante o período de águas, é observado maior crescimento forrageiro com maior valor nutricional da planta. Com a mudança das estações de águas para a seca, percebemos a mudança nos pastos, projetada por crescimento mais lento, baixo teor proteico, aumento da fração dos carboidratos estruturais (fibra) e redução na digestibilidade, fatores estes que limitam o crescimento animal durante o período.

Os carboidratos estruturais das forrageiras funcionam como uma energia ambientalmente digestível para o animal. Porém, para que essa energia seja disponibilizada e aproveitada, é necessário que as condições ruminais estejam otimizadas, sendo importante então corrigir a deficiência proteica dos pastos e garantir o seu maior aproveitamento.

Com isso, temos então disponíveis algumas estratégias nutricionais para serem exploradas durante a seca: usar uma linha de ureados e proteinados, com consumo mais baixo, até 1 g/kg de peso corporal do animal, ou usar suplementos com consumos maiores, como um proteico energia, com consumo previsto em torno de 3-5 g/kg de peso corporal.

Pensando em fazendas de criação, as férias já maduras podem ser complementadas com a linha de ureados, que tem como objetivo promover a manutenção do animal e o crescimento fetal por meio do maior aproveitamento da forragem seca.

Já os animais jovens e em crescimento podem ser recriados utilizando uma linha de proteinados, com fornecimento de proteína específica associada a compostos nitrogenados não proteicos (uréia). Essa suplementação tem como objetivo fornecer aminoácidos para os microrganismos ruminais e promover um ganho mais eficiente do animal.

E para os produtores que almejam ganhos ainda maiores com uma produção mais intensiva, pode ser utilizada a linha de proteína energética, suplementos que, além de suprirem a deficiência proteica dos pastos, também fornecem energia para o animal.

Além dos diferentes tipos de suplementos disponíveis para o produtor, também é possível incrementar o desempenho do animal com a utilização de aditivos com função de modulação ruminal, como é o caso do Fator P, aditivo 100% natural da Premix que modula a microbiota ruminal e intestinal e pode ser indicado como substitutos de antibióticos e ionóforos, promotores de crescimento e melhoresadores de desempenho.

Por fim, quando o assunto é suplementação de bovinos a pasto, é importante lembrar ao produtor que, de modo geral, os suplementos com consumo de até 5-6 g/kg de peso corporal têm como objetivo estimular o crescimento microbiano dentro do rúmen e aumentar a digestibilidade e o consumo de pasto pelo animal.
Com isso, para o produtor obter bons resultados, é importante ter realizado um planejamento forrageiro e corrigido a taxa de loteação da fazenda no final do período de águas, para que tenha pastagem remanescente para ser utilizado no período de estiagem ou produzido um volumoso de qualidade.

*Josilaine Lima é zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix.

Fonte: Daniel Smith | DS Vox/Sucesso no Campo