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A cultura da soja pode ser danificada por insetos-pragas desde a emergência das plantas até a maturação dos grãos, sendo a mesma selecionada para o milho de segunda safra cultivada em sucessão a esta leguminosa. Várias frases podem ocorrer apenas na soja ou no milho, porém algumas podem ocorrer em ambas as culturas, embora possam causar danos em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas. Esses são os casos de lagarta-elasmo, Elasmopalpus lignosellus; o percevejo-marrom, Euschistus heros; o percevejo-barriga-verde, Diceraeus melacanthus; a mosca-branca, Bemisia tabaci, e algumas espécies de lagartas, como Spodoptera frugiperda.

A lagarta-elasmo ocorre na cultura da soja, geralmente nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas. Após a eclosão dos ovos, as pequenas lagartas podem penetrar no talo das plântulas para a alimentação. Isso provoca a obstrução de vasos responsáveis ​​pelo transporte de água e de nutrientes para a parte aérea da soja, causando, como consequência, murcha e morte das plantas e afetando, assim, o estado inicial da cultura. Uma mesma lagarta-elasmo pode atacar até quatro plântulas de soja durante seu estádio larval.

Na cultura do milho, essa praga causa danos semelhantes em relação aos aspectos nutricionais e de mortalidade de plântulas; Contudo, seu dano pode destruir o meristema apical de crescimento da planta, causando o sintoma conhecido como “coração morta”. O controle da lagarta-elasmo, tanto na soja quanto no milho, é realizado por meio do tratamento de sementes com inseticidas. A dispersão de plantas não tem sido eficiente na função do ataque local da praga, o que dificulta o acesso da calda inseticida.

Os fitófagos percebidos causam danos à cultura da soja em decorrência do ataque às vagens e aos grãos em desenvolvimento. Além de perdas quantitativas no rendimento, também pode ocorrer perdas na qualidade dos grãos ou das sementes produzidas, tornando-os “chochos” ou contaminados por fungos. No caso de sementes, pode causar redução do vigor e do poder germinativo. Além dos danos às sementes, os fitófagos percebidos podem causar retenção foliar nas plantas de soja no final do ciclo da cultura, o que dificulta a realização da colheita.

Tanto o percevejo-marrom quanto o percevejo-barriga-verde podem ser daninhos à soja, sendo o marrom o que ocorre normalmente em maior intensidade na região do cerrado brasileiro. O controle dessas pragas na soja é realizado principalmente por meio da aplicação de inseticidas químicos e/ou biológicos, em quantidade. No caso do controle químico, sugere-se colocar 0,5% de sal (NaCl) na calda inseticida (500 g/100 L de água), pois essa ação pode incrementar de 10% a 15% a mortalidade dos percebidos na abundância.

Já na cultura do milho, os percevejos fitófagos causam danos apenas nos estádios iniciais da cultura, por meio da inserção dos seus estiletes, presentes no aparelho bucal sugador, que penetram através da bainha até as folhas internas das plântulas recém-emergidas e causam perfurações nas folhas, encantamento, perfilhamento e até mesmo a morte das plantas, podendo, assim, reduzir o estado da cultura ou o potencial produtividade da planta.

Plantas de milho com até três folhas são altamente sensíveis ao ataque dos perceptíveis, ao passo que com seis ou mais folhas já são tolerantes ao ataque indireto. Tanto o marrom percebido quanto a barriga verde pode causar essas lesões no milho, tendo este último maior potencial de danos na cultura do que o primeiro. O controle de percepções fitófagos no milho deve ser realizado com a aplicação de inseticidas nas sementes, especialmente com neonicotinoides, e em grande escala, nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura.

A mosca-branca é outro açucareiro inserido que também pode atacar a soja e a cultura do milho, podendo ocorrer diferentes biótipos, dependendo da região de cultivo. Na soja, tanto os adultos quanto as ninfas podem causar danos diretos pela sucção contínua da seiva no floema das plantas. Além disso, durante a sucção, esses insetos expelem um exsudato açucarado (melada) sobre as folhas de soja, deixando-as propícias para o desenvolvimento de um fungo de coloração escura do gênero Capnodium, que causa a fumagina. Este escurecimento promove a queima e a queda das folhas de soja, devido à maior absorção da radiação solar. Se esses danos ocorrerem na fase de enchimento de grãos, os prejuízos poderão ser intensificados na cultura.

Além dos danos diretos, provenientes da alimentação no floema, a mosca-branca pode ser vetor de vírus como o da necrose da pressão, doença que pode reduzir o potencial produtivo da soja. Já na cultura do milho, a mosca-branca foi constatada somente no ano de 2013, em Goiás, no Distrito Federal, na Bahia, em Mato Grosso e em Minas Gerais. Esta primeira constatação em milho proporcionou um estudo detalhado da população da mosca-branca, que foi posteriormente identificado como o biótipo B por meio de marcadores moleculares. Os danos da mosca-branca no milho são semelhantes aos danos pela soja, ou seja, sucção da seiva no floema e predisposição da planta à fumagina. Este fato evidencia uma adaptação dessa praga ao sistema de cultivo soja/milho, como aconteceu no passado com os percevejos. O controle da mosca-branca, tanto na soja quanto no milho, deve ser feito com inseticidas químicos, em quantidade, tendo como adjuvante o óleo mineral.

Finalmente, as lagartas, especialmente da espécie S. frugiperda, podem ocorrer tanto na soja quanto na cultura do milho. Na cultura da soja essa praga pode causar desfolha ou atacar as vagens, consumindo os grãos em desenvolvimento. No milho, geralmente causa desfolha, especialmente no cartucho das plantas, bem como pode atacar as espigas na fase reprodutiva. O controle dessa lagarta, tanto da soja quanto do milho, pode ser realizado com a aplicação de diferentes inseticidas químicos e biológicos.

Uma ótima alternativa biológica é o uso do Baculovírus spodoptera, um produto eficiente, seletivo para inimigos naturais e que está disponível no mercado para diversas empresas. Um detalhe importante para garantir boa eficiência no controle de S. frugiperda é o volume de calor na biomassa, que deve ser o maior possível, especialmente na cultura do milho. Plantas de soja Bt não apresentam controle eficaz das lagartas de S. frugiperda, porém, no caso de milho, dependendo do híbrido utilizado, é possível conseguir controle restrito com essa tecnologia.

Diante do exposto, pode-se concluir que várias declarações, conforme as referências neste artigo, podem ocorrer e causar danos, tanto na cultura da soja quanto no milho cultivado em sucessão a essa leguminosa. Isso reforça a necessidade de analisar o manejo de previsão com uma visão holística nos sistemas de produção agrícola e não de forma desmembrada, observando apenas as culturas separadamente.

*Crébio José Ávila Pesquisador Embrapa Agropecuária Oeste

Fonte: Silvia Zoche Borges/Sucesso no Campo