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A utilização de antibióticos sempre teve o intuito de prevenir doenças nas aves. E essa aula terapêutica cumpriu bem o seu papel. Ao passar dos anos, esses medicamentos ganharam novo propósito e passaram a ser usados ​​também como promotores de crescimento.

O uso constante de antibióticos na avicultura resultou no aparecimento de superbactérias. Um estudo da Embrapa estima que morrem 700 mil aves por ano devido à resistência às antibióticos. Isso acontece porque as bactérias possuem capacidade natural de se adaptarem às mudanças dos ambientes. Assim, esses microrganismos resistentes acabam sendo transmitidos aos seres humanos pelo contato com os animais, água e outras vias contaminadas.

No caso dos frangos de corte, o uso de antibióticos como promotores de crescimento é proibido em alguns países, porém algumas moléculas permitidas no Brasil para prevenção contra Salmonella, E. coli e Clostridium. Para evitar a presença de resíduos na carne e subprodutos, a legislação brasileira prevê período obrigatório entre o tempo de uso dos antibióticos e a redução das aves, cujo cumprimento pode ser monitorado em laboratório.

É importante saber que o trato gastrointestinal, além de ser responsável pela digestão e absorção, também é um órgão responsável pelas respostas imunológicas do organismo. Em especial nas aves, aproximadamente um quarto da mucosa intestinal é composto por tecido linfoide e mais de 70% destas são células do sistema imunológico.

Segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), da Embrapa Suínos e Aves, uma tendência crescente em termos de alimentação animal está relacionada à imunonutrição, isto é, ao fornecimento de nutrientes específicos (imunonutrientes) via dieta do animal, como o potencial de modular a atividade do sistema imune, evitando perda de desempenho. 

Os imunonutrientes alterados podem diretamente a resposta pró-inflamatória por meio do reconhecimento das células intestinais ou fornecer condições entéricas para a expressão indireta dessa resposta, seja por meio da modulação da microbiota intestinal seja por produtos de introdução bacteriana que ocasionam uma modulação da resposta imune.

São considerados imunonutrientes: aminoácidos (glutamina, arginina, cisteína, taurina), nucleotídeos, lipídios (ômega-3 e ômega-6), vitaminas e minerais (vitaminas A, C e E, zinco e selênio), além dos probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos e extratos vegetais, entre outros.

Um grupo muito especial de imunonutrientes, extremamente importante e funcional, é composto pelas β-glucanas, que podem ser encontrados de diversas formas em alguns alimentos, porém para apresentar atividade imunomodulatória funcional deve estar na forma β,1-3 e β,1- 6, que pode ser encontrado principalmente em paredes celulares de fermento. As β-glucanas são conhecidas por seus benefícios à saúde, como melhoria da função imunológica e vários estudos científicos comprovam isso.

A partir da imunomodulação, as β-glucanas “ajustam” a resposta imune do organismo para que ele fique em estado de alerta, ou seja, caso haja algum desafio a resposta pró-inflamatória será mais rápida e eficiente, sem que haja, com isso , superestimulação do sistema imunológico, prevenindo danos ao epitélio intestinal ou gastos metabólicos excessivos.

Com esse recurso, os avicultores têm à disposição uma ferramenta que pode fazer parte do programa de racionalização do uso de antibióticos, tornando a produção mais sustentável (a curto e longo prazo) e priorizando a qualidade de seu produto final. O resultado, evidentemente, é rentabilidade maior.

* Daniel Miranda, gerente global de produtos monogástricos da ICC, empresa líder em soluções nutricionais naturais à base de fermentos para produção animal.

Fonte: Mariana – Texto Comunicação Corporativa