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O aquecimento global é uma realidade. O desafio global é evitar que a temperatura média do planeta suba 2ºC até 2100. A investigação brasileira é uma aliada desse desafio, com o objetivo de aumentar sua produtividade, ou seja, a produção por hectare. Isso significa melhorar os sistemas de produção, com foco na alimentação da população e na preservação do meio ambiente. Como a produção animal deve adotar práticas sustentáveis ​​e conscientes para minimizar o impacto ambiental, a boa notícia é que a pecuária nacional já se destacou por iniciativas nesse sentido, sendo um exemplo para outros segmentos da economia.

A sociedade é cada vez mais exigente em relação às práticas de ESG – sigla em inglês que se refere aos compromissos ambientais, sociais e de governança –, especialmente nas questões que tratam do controle da temperatura. Afinal, o desequilíbrio e as mudanças ambientais estão de fato afetando o meio ambiente. Como o agronegócio é um setor produtivo que depende dos recursos naturais para se manter sustentável, proporcionar bem-estar aos rebanhos e oferecer mais alimentos à população, que não para de crescer, ele precisará se ajustar às novas demandas do mercado.

Sistemas que buscam minimizar os impactos ambientais, como a pecuária regenerativa e neutra, tornam-se fundamentais para o futuro e a geração de valor para a humanidade. É uma virada do jogo. Afinal, estudos – como uma tese premiada elaborada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2020 – já indicaram que as mudanças climáticas podem gerar um rombo de R$ 8 bilhões, anualmente, ao Produto Interno Bruto (PIB). No agronegócio, especificamente, isso estará relacionado a uma produtividade menor – o que, na prática, significa menos carne, menos leite, menos lucro para os produtores e prejuízos à qualidade de vida para todos, possibilitando a elevação do custo dos alimentos.

A pecuária regenerativa é um sistema de criação de animais que promove a recuperação dos ecossistemas, a melhoria da saúde do solo, da água e da biodiversidade. Para isso, é utilizado um esquema de integração de animais com os sistemas de cultivo, como o agrossilvipastoril – em que se combina a silvicultura (madeiras), os cultivos agrícolas e a criação animal e priorizando a conservação das áreas naturais, a redução da utilização de fertilizantes e pesticidas e o bem-estar dos animais. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já ocupa 17 milhões de hectares no país, segundo a Rede ILPF com objetivo de dobrar a área até 2030.


Já a pecuária neutra refere-se a um conceito em que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) são compensadas ou neutralizadas por práticas de redução ou de absorção de carbono. O objetivo é equilibrar as emissões geradas pela pecuária com ações que minimizem o impacto ambiental da atividade. É importante ressaltar que a pecuária neutra não significa que as emissões de GEE sejam eliminadas completamente, mas, sim, compensadas de forma a equilibrar essas emissões com práticas de redução ou absorção de carbono.


Para isso, existem diferentes abordagens e estratégias, entre elas implementações de práticas de manejo e tecnologias que são importantes para a emissão de GEE pelos animais e suas excreções e práticas que aumentam a captura e o armazenamento de carbono no solo; seleção e melhoramento genético que impactam a produtividade dos animais; integração entre a pecuária e a agricultura; implementação de projetos que promovem a redução de dióxido de carbono em outras áreas, como a conservação de áreas naturais e a recuperação de áreas desmatadas – tema cada vez mais no foco do agro.


Tanto a pecuária neutra quanto a regenerativa têm como objetivo principal a promoção de soluções sustentáveis ​​para a atividade. Embora possuíssem abordagens diferentes, ambos valorizavam o manejo consciente dos recursos naturais e previam benefícios para os animais (em termos de bem-estar), para os pecuaristas (em termos financeiros), para o consumidor final (em razão da adequação de critérios de exigência aa partir de um novo estilo de vida) e para o meio ambiente, como já elencado anteriormente.

A luta com infraestrutura sustentável é fundamental para a preservação do meio ambiente e a redução das emissões de GEE. Nesse processo, como cerca, por exemplo, são essenciais para a implementação da pecuária regenerativa ou neutra, pois permitem um manejo mais eficiente e melhor conservação dos recursos naturais, prejudica o manejo das pastagens e auxiliam na prevenção de doenças, garantindo a segurança dos animais inseridos no sistema. Diante disso, a Belgo Arames, referência no mercado brasileiro de aços, tem soluções desenvolvidas para auxiliar os pecuaristas na aplicação das melhores práticas e estratégias amigáveis ​​ao meio ambiente e de apoio à maior produtividade.


O cercamento é essencial para o sucesso das pecuárias regenerativas e neutras. Arames lisos, como Belgo Fortte® e Belgo Eletrix® – muito usados ​​para a eletrificação – possuem alta resistência ao impacto dos animais (700kgf e 500kgf, respectivamente), favorecendo a integração de culturas, a proteção de áreas naturais e o bem-estar dos rebanhos. A eficácia das cercas também beneficia a intensificação de pastagens. Para os sistemas regenerativos, em que há uma integralização de animais, telas como Belgo Javaporco® são importantes para procurar diferentes espécies. Um diferencial importante é a composição dos produtos, que possuem menos aço, sendo, portanto, mais sustentáveis. Além disso, o uso de materiais mais “leves”, porém com tecnologia avançada, ajuda a promover a eficiência do uso da terra, gerando menor impacto ambiental na instalação e otimizando o uso de recursos naturais. Esse é um caminho sem volta e permite que todo o setor produtivo seja um benefício não apenas do agro, mas do planeta e da vida.


*Flávia Silva e Vanessa Amorim Teixeira, médicas-veterinárias, mestres e doutoras em zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analistas de mercado agro da Belgo Arames

Fonte: Rafael Iglesias – Texto Assessoria