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No campo, os produtores se encontram constantemente na busca do controle de adversidades que afetam seus trabalhos, como as doenças. Esta não é uma tarefa fácil e exige múltiplas estratégias para maior efetividade. Nessa busca diária, o controle biológico vem ganhando cada vez mais atenção por seu baixo custo e boa eficácia, sendo uma ferramenta que agrega às demais estratégias exigidas, como o controle cultural, físico, físico e genético.

O desenvolvimento de tecnologias como os bioinsumos tem sido impulsionado pela orientação ambiental, visto que apresentam menor impacto ao meio ambiente e à saúde humana. O crescimento deste setor é iminente, sendo que em 2020 o mercado global de produtos biológicos para controle foi estimado em US$ 5,2 bilhões (IHS Markit, 2021), com elevadas taxas de expansão, apresentando potencial projetado para mais de US$ 15 bilhões até 2029 (DunhamTrimmer, 2023). No Brasil, o mercado de produtos biológicos cresceu a uma taxa anual de 42% (CAGR), ao passo que a taxa global esteve em 16% (CARGR). O espaço para este mercado é grande, segundo o IHS Markit (2021) a projeção é que no País o setor alcance R$ 16,9 bilhões até 2030.

O uso de produtos biológicos para o controle de doenças na agricultura tem sido treinado há décadas. No entanto, foi apenas nos últimos anos que a tecnologia avançou o suficiente para permitir a produção em larga escala e a aplicação comercial desses produtos. O estudo que começou em meados de 1900, com a descoberta da interação entre microrganismos, hoje apresenta aplicações promissoras na agricultura, trazendo produtividade aliada à conservação da biodiversidade da natureza.

O controle biológico consiste na utilização de inimigos naturais para a diminuição dos patógenos causadores de doenças, ocorrendo através de diversos mecanismos, como antibiose, parasitismo, competição e predação de patógenos. Essas interações entre os organismos ocorrem naturalmente quando há a presença de agentes antagônicos no ambiente, mas podem ser impulsionadas por meio da introdução de agentes controladores no trabalho.

Dentre os agentes biológicos, destacamos a utilização de microrganismos como os fungos não patogênicos do gênero Trichoderma spp., os quais controlam uma gama de doenças fúngicas, nematóides e até mesmo alguns insetos-praga. Além disso, há diversos agentes bacterianos envolvidos no controle de doenças, como os gêneros Bacillus, Pseudomonas, Rhizobium, Pasteuria e Enterobacter, com aplicações potenciais a variados patógenos.

Os biológicos apresentam resultados significativos, melhorando a qualidade do solo para a produção ao longo do tempo. Em relação às utilizações, o manejo de doenças radiculares por biológicas tem se destacado. Os podridões de raiz são grandes preocupações dos agricultores, principalmente na fase de estabelecimento das culturas, sendo necessário adotar medidas integradas para a resiliência do sistema produtivo.

O tratamento de sementes foi um grande avanço para a proteção da planta, contudo, não se mostrou suficiente para segurar as doenças de solo. Isso ocorre porque há uma grande dificuldade de controle químico nesta etapa, especialmente devido à formação de estruturas de resistência a patógenos individuais.

Deste modo, fortalecer a comunidade dos microrganismos benéficos é chave para o controle destas doenças, sendo o controle biológico uma ferramenta importante. Dentre as principais doenças de solo controladas por produtos biológicos, destaca-se a eficácia contra o mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), murchas e podridões radiculares (Fusarium oxysporum e F. solani), nematóides de galhas e de lesões (Meloidogyne spp. e Pratylenchus). brachyurus).

Há diversos produtos comerciais biológicos registrados, os quais atuam em uma grande variedade de doenças. O Catálogo Nacional de Bioinsumos do MAPA facilita o acesso à informação dos agentes biológicos e suas aplicações solicitadas. Estes produtos passam por muitos estudos de eficácia e segurança, não apresentando resíduos em alimentos ou toxicidade para a saúde humana, além de auxiliarem na redução do risco de poluição ao meio ambiente e exposição a produtos tóxicos.

Ferramentas auxiliares

Para a correta utilização dos produtos, é importante um acompanhamento agronômico, avaliar o objetivo e a melhor forma de aplicação. O uso de produtos para controle biológico pode ser adotado em diferentes momentos, desde o tratamento de sementes, aplicação em campo e até em pós-colheita, variando de acordo com o manejo e patógeno alvo.

Deste modo, é essencial que se tenha conhecimento da cultura e da área, mantendo um monitoramento constante que possibilite a adoção das melhores estratégias, e avaliação da efetividade das práticas adotadas. O SIMA, por exemplo, é um Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola, que auxilia na gestão do trabalho, potencializando os rendimentos ao embasar decisões mais assertivas.

O aplicativo é simples e inteligente, que permite realizar o controle e monitoramento do trabalho de forma georreferenciada, por meio de imagens de satélite, dentro de uma gestão de lançamento e análise de dados em campo, desde o plantio até a colheita, facilitando assim o controle. Para começar, basta o produtor baixar o aplicativo na versão de teste gratuito e fazer o cadastro da propriedade, informando sua localização exata. Todo produtor tem esses dados, já que é obrigado a ter o CAR – Cadastramento Ambiental Rural.

A ferramenta oferece informações de geolocalização e mapas NDVI (Normalized Difference Vegetation Index ou Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) diretamente no celular ou tablet, permitindo a análise por ambientes diferentes em níveis diferentes. Assim, há até a possibilidade de identificar áreas com ervas ou ataques de trapaça.

O sistema faz a análise de informações por meio de tabelas, gráficos e mapas interativos, assim é possível compartilhar relatórios. Isso porque todas as informações ficam armazenadas e disponíveis para consulta a qualquer hora e local. Mais informações acesse:  SIMA – Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola .

*Maurício Varela Engenheiro agrônomo e Cofundador da agtech SIMA

Fonte: Kassiana Bonissoni