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Você pode estar se perguntando qual a relação de saúde e produtividade ou se é mesmo importante melhorar a saúde de nossas vacas? a resposta é clara, não existe alta produtividade/rentabilidade sem vacas saudáveis. A presença de qualquer fator agressor que impeça a produção máxima, aumenta a exigência de manutenção e compromete o bem-estar dos animais.

Tais afirmações podem ser compreendidas pelos diversos estudos que foram publicados, principalmente envolvendo nutrição, fisiologia e saúde e como elas podem se correlacionar. Já é conhecido que a vaca através do leite nos mostra muitos sinais sobre seu status sanitário, tais como a contagem de células somáticas, sinalizando uma possível infecção por exemplo.

Além da composição do leite, que é fundamental ser avaliada, alguns trabalhos têm como foco entender como se comportar um agente agressor no organismo do animal e buscar soluções para resolver o problema. Para isso um termo antigo, mas muito discutido atualmente tem sido amplamente utilizado, trata-se do LPS (Lipopolissacarídeos), uma endotoxina bacteriana da parede celular de bactérias gram-negativas, presente no rúmen do animal, que é liberada na maior parte dos táxons no trato digestivo após um fator estressante, tal como acidose e estresse por calor por exemplo (Figura 1). A presença dessa endotoxina em níveis acima dos normais é capaz de desencadear processos de defesa imunológica em organismos animais, onde a glicose é amplamente utilizada.

Figura 1. Aumento de LPS ruminal em vacas com acidose ruminal (Adaptado de Stefanska et al., 2017. JDS)

Recentemente Stoakes et al. (2015) realizaram um desafio de LPS, onde o objetivo era medir a quantidade de glicose utilizada para ativação do sistema imune. Os resultados foram impactantes, a necessidade de glicose durante este desafio com endotoxina é muito alta, aproximadamente 2,14 kg de glicose/dia. Um título de comparação, caso essa glicose fosse utilizada para produção de leite, teria energia suficiente para produzir aproximadamente 57 litros/dia.

É claro que em uma situação de acidose ou estresse por calor por exemplo, a produção não é zerada, o que acontece é que o organismo da vaca particiona menos energia para suas funções, tais como produção, reprodução, gestação e crescimento, desta forma comprometendo o seu desempenho e o resultado da fazenda.

Construir um programa de alimentação focado em saúde de férias é algo extremamente complexo, afinal são várias variáveis ​​que estão em jogo. De maneira geral, trabalhamos primeiro para identificar quais os gargalos da fazenda, pontos que merecem atenção e que podem estar influenciando qualidades no resultado produtivo e financeiro. Por exemplo, ao longo de todos esses anos tenho visto produtores com desejo de aumentar a média de produção diariamente, muitas vezes a um custo alto, agite somente nas férias em lactação, deixando de lado por exemplo a prática de uma boa criação de bezerras, recriando , período seco e pré-parto. Estudos têm mostrado que o simples fato de resfriar as férias no período seco/pré-parto e com isso favorecer o consumo de matéria é responsável por aumentar de 3-5 litros de leite/dia em comparação com férias não resfriadas, isso sem contar no impacto futuro de produção da bezerra que está nascendo (Tao et al., 2011; Tao e Dahl, 2013; Monteiro et al., 2016).

Tendo em vista a importância deste tema e sabendo uma das formas como o organismo reage frente a um agente agressor e o impacto disso no leite, fica claro que precisamos de alternativas para ajudar a reduzir o custo da resposta imunológica. Buscar alternativas para prevenir distúrbios, tais como acidose ruminal, estresse por calor, cetose por exemplo, ainda é uma das melhores soluções. Dessa forma a energia (glicose) poderá ser liberada para outros propósitos, como a produção de leite.

Importante ressaltar que toda a forma de prevenção passa primeiramente pelo bem-feito básico. Dispor um ambiente confortável, espaçoso e fresco para os animais, água à vontade e uma dieta equilibrada em termos de energia, proteína, minerais, vitaminas e fibra é fundamental para buscarmos saúde e produtividade.

Entendemos anteriormente sobre o papel do LPS como um dos principais agentes pró-inflamatórios do organismo, o que tem grande relação com nutrição e manejo, utilizar aditivos como forma de prevenção e que têm capacidade de evitar aumentos em sua concentração no trato digestivo, pode ser uma excelente estratégia na construção de um plano de saúde do rebanho e no melhor uso da energia disponível para o animal.

Dentre os aditivos no mercado, um dos que mais se tem estudos neste sentido, são os produtos de fermentação de fermentos, também chamados de metabólitos bioativos, encontrados na Nutritek® produzido pela Diamond V, amplamente utilizados em rebanhos da América do Norte e nos. últimos anos aqui no Brasil, trago pela Cargill Nutrição Animal.

Este produto atua diretamente na saúde do animal, dentre os numerosos benefícios, temos diminuição da incidência de acidose ruminal, através do aumento da população de bactérias que consomem ácido lático, principal ácido presente no rúmen responsável pela acidose ruminal, com isso temos diminuído na concentração de LPS frente a quadros de acidose na ordem de 38% (figura 2). Com um ambiente ruminal estável temos melhora significativa na digestão de fibra, contribuindo positivamente para a saúde ruminal, sólidos no leite e produção. Outros benefícios prejudiciais à saúde, por exemplo, são o aumento na resistência e a diminuição da permeabilidade intestinal, evitando a absorção de patógenos para o organismo.

Reflexo disso é menos exposição do organismo do animal a agentes inflamatórios e menor gasto de energia para ativação do sistema imunológico. Tivemos excelentes resultados de desempenho e saúde sobre o uso deste aditivo em rebanhos tratados aqui no Brasil. Na prática, vacas com dietas ajustadas para exigência do lote apresentam consumo de matéria seca estável (mesmo em estresse calórico), manutenção de médias de produções altas (comparando verão com inverno) e sólidos no leite dentro dos padrões estabelecidos, o que mostra ser um excelente aditivo para fazer parte de um programa de saúde e nutrição do rebanho. Dados de meta análise, publicações que reúnem diversos estudos, mostram aumento de produção de leite na faixa de 1,4 kg/dia e comportamentos esperados conforme já mostrado acima (Poppy et al. 2012).

Figura 2. Efeito de Produtos de fermentação de fermentos (Tecnologia Diamond V) na diminuição da concentração de LPS Ruminal frente a uma acidose subaguda ruminal (SARA). Adaptado de Li et al. (2016)

Existem muitos fatores, produtos e soluções que podem ser empregados em planos de Nutrição com foco em saúde de rebanhos. A Cargill Nutrição Animal tem trabalhado fortemente para levar tudo isso para os produtores do mundo inteiro, pois acredita que não há alta produtividade/rentabilidade sem rebanhos saudáveis ​​e bem cuidados. Conte com nosso corpo técnico para construir este programa de Nutrição, adequado aos seus objetivos e à realidade de sua fazenda.

*Evandro Paulo Schonell, Consultor Técnico Regional de Bovinos de Leite da Cargill

Fonte: Cargill