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É inegável a posição de potência agrícola que o Brasil ocupa hoje. Líder na produção e exportação de vários gêneros alimentícios, o país só conseguiu chegar nessa posição privilegiada porque combinou vocação e talento. A primeira dessas características é representada pela disponibilidade de espaço, água em profusão e ausência de inverno especificamente. A segunda, a variável mais importante nessa pesquisa, é a pesquisa agrícola nacional, que transformou solos poucos produtivos em terras agricultáveis, desenvolveu ferramentas para proteger as atividades dos ataques de planejamento e doenças comuns no clima tropical e orientações técnicas que permitem o planejamento de até três safras em um único ano.

Portanto, não é também no Brasil que são pensadas e testadas as tecnologias mais revolucionárias para a agricultura. Nenhum país, atualmente, é uma pesquisa vinculada ao campo próspero e é referência mundial. Uma dessas frentes de inovação é a indústria de produtos biológicos. Essas ferramentas, insumos derivados de um ingrediente ativo que ocorre naturalmente, podem ser semioquímicos, micro e macro vegetais usados ​​para eliminar a indiretamente, proteger os vegetais e suplementar a nutrição das plantas com baixíssimo impacto no meio ambiente. Entre as soluções trazidas pelos produtos biológicos está, por exemplo, a frequência de microrganismos que controlam indiretamente.

De acordo com a consultoria IHS Markit, o mercado brasileiro de biológicos em 2021 chegou a R$ 1,9 bilhão, um crescimento acima de 35% em relação ao ano de 2020. Ainda segundo a mesma fonte, espera-se que a expansão se Mantenha nesse patamar de aumento até 2025. Entre 2025 a 2030, o incremento deve ser de 25%. As projeções, portanto, apontam para um mercado de cerca de R$ 17 bilhões em 2030. As principais previsões que sustentam essas estimativas são as mesmas que garantemam o cenário favorável atual: maior oferta, intensificação de práticas de manejo integradas de tradições e crescentes acessíveis por parte dos produtores. Hoje, a soja é o maior destino das aplicações de biológicos, respondendo por 40% do mercado, seguida pela cana (20%).

Inclusive, um dos mais antigos e duradouros programas de controle biológico do país tem na cana a cultura mais beneficiada: a utilização de parasitoides, como vespas Cotesia flavipes e Trichogramma galloi para o controle da broca-da-cana, além do fungo Metarhizium anisopliae para o controle da cigarrinha. Com registro em registro de novos defensivos biológicos, o Brasil está na vanguarda desse movimento, mas precisa garantir um ecossistema regulatório baseado em ciência para continuar desfrutando dos benefícios ambientais, sociais e econômicos advindos dessa tecnologia.

Nesse sentido, a produção on farm, também conhecida como “produção caseira” ou “produção nas fazendas” de insumos biológicos pode representar um risco para o agricultor e para o consumidor. Isso porque, quando multiplicados de maneiras inconvenientes, além dos malefícios que podem causar à saúde humana, pela presença de agentes contaminantes causadores de doenças ou de cautela de espécies que produzem toxinas, eles podem sofrer perda de eficácia e resultar na não proteção do trabalho. Embora sejam inspirados na natureza, os produtos biológicos levam em média cinco anos para chegar ao mercado, considerando desde as etapas de identificação de novos agentes em potencial até a sua aprovação pelos órgãos competentes e registro final.

Está claro, portanto, que o Brasil tem condições continua sendo um player importante nessa frente inovadora e sustentável da produção agrícola. É necessário, porém, considerar que a produção de bioinsumos exige conhecimento científico e a adoção de processos rigorosos de controle de qualidade em todas as suas etapas. O que se deseja é um produto livre de contaminantes que pode afetar a saúde das pessoas e com efetividade no controle de pragas e doenças. Para que o país possa continuar sendo uma potência agrícola e biológica no futuro, decisões importantes precisam ser tomadas no presente.

*Christian Lohbauer é presidente executivo da CropLife Brasil

Fonte: Hill + Knowlton Brasil