O Brasil é responsável por grande parte da produção mundial de alimentos, em razão de nossa diversidade de clima, solos e altitudes das regiões produtoras, o que possibilitando cultivar o ano todo.
Atualmente, o consumidor tem buscado hábitos de vida mais saudáveis e nutritivos, de modo que o setor das hortaliças se destaca, apresentando nichos diversificados no agronegócio brasileiro, fornecendo novos padrões de produção, marketing e comércios. Um exemplo de modernização do setor é a produção nos grandes centros urbanos de hortaliças em prédios verticais com luz artificial.
Em destaque
As hortaliças que possuem como partes comerciais as folhas, são designadas de hortaliças folhosas. Estas são caracterizadas por serem altamente perecíveis, muito exigentes em adubação, supervisão, transporte e embalagens.
Essas plantas ocupam um lugar de destaque no cardápio brasileiro devido ao seu alto valor nutritivo, baixas calorias, sabor, aparência e coloração. Além disso, possibilitam ao consumidor uma alimentação mais saudável que, consequentemente, traz uma melhor qualidade de vida ao consumidor.
Das folhosas mais consumidas destacam-se a alface, a rúcula, a couve, a acelga, o coentro, o espinafre e o agrião. A alta procura por essas hortaliças tem provocado uma grande contribuição na economia do País, pela grande geração de empregos oferecidos, já que seu cultivo exige muita mão de obra.
Aliado a isso, também é importante para o crescimento do setor produtivo de sementes, fertilizantes, agroquímicos, embalagens e do setor de pesquisas e extensão.
Ranking do Brasil
A alface é a hortaliça folhosa mais consumida em todo o mundo, inclusive no Brasil. A China lidera o ranking dos maiores produtores de alface, produzindo cerca de 23 milhões de toneladas, ou seja 52% da produção mundial. Logo em seguida encontram-se os Estados Unidos e a Índia.
No Brasil, a produção ocorre mais precisamente no Centro-Sul do País, produzindo até 1,5 milhão de toneladas de alface, representando cerca de 50% das receitas com hortaliças folhosas.
Área cultivada e produção
Atualmente, uma área de cultivo de hortaliças folhosas no Brasil é de aproximadamente 200.000 ha. Destaque para a alface, com mais de 50% do total, seguido pela rúcula (19%), repolho (12%), couve (5%), chicória (3%), coentro (2%) e espinafre (1%) . De maneira semelhante, a produção concentra-se nas culturas de alface (43,7%), repolho (31,7%), couve (9,1%), agrião (7,6%), espinafre (3,1% ) e rúcula (2,0%).
Embora no Brasil os locais que concentram a maior produção de hortaliças folhosas se concentrem nas regiões sul e sudeste, eles são produzidos em todo o território nacional. Quanto aos Estados que apresentam a maior produção brasileira, merecem destaque São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro.
Oferta e demanda
Devido ao crescimento dos produtos minimamente processados, orgânicos, redes fast food e à busca por uma melhor qualidade de vida, a famosa vida fitness, tem aumentado cada vez mais a oferta e demanda desse grupo das folhosas no mercado. O consumidor busca alimentos de boa qualidade e sabor, com isso tem sido expressivo o crescimento de novos cultivares e variedades, aumentando a gama de vendas desses alimentos.
Com a pandemia e o isolamento social, ocorreram mudanças no hábito alimentar dos brasileiros, aumentando a demanda por hortaliças, para obter uma melhor qualidade de vida e manter a imunidade elevada contra o vírus.
Taxa de crescimento
A comercialização das hortaliças folhosas tem evoluído constantemente nos centros de abastecimento de abastecimento (Ceasas) brasileiros, com destaque para o paulistano, devido aos grandes centros de produção das mesmas localizados próximos à grande capital São Paulo.
Isso favorece os grandes produtores entregando as folhosas aos supermercados e grandes centros de distribuição.
É nítido observar um crescimento significativo no consumo das hortaliças folhosas. No período de 1990 a 2015 o consumo de hortaliças folhosas no Brasil cresceu mais de 120%, inclusive de hortaliças menos tradicionais, a exemplo do espinafre, taioba, e almeirão, ora-pro-nóbis.
Observe-se que a alface tem crescido muito, aproximadamente 4% ao ano, também houve crescimento do agrião, que dobrou sua produção em um período de quatro anos. A rúcula e o coentro obtiveram bastante sucesso, crescendo nos últimos anos em 30 e 50% de sua produção, respectivamente.
Custo de produção
O valor da produção dessas folhas pode variar em função de diversos fatores, por exemplo de sementes, defensivos agrícolas, fertilizantes, embalagens e mão de obra. Quanto à geração de empregos, vale ressaltar que a olericultura tem a capacidade de empregar cerca de duas a três pessoas a cada 10 hectares cultivados.
Independentemente da riqueza folhosa, os maiores custos de produção são selecionados em função do custo operacional, seguidos pelo preço dos insumos, uma vez que na maioria dos casos, esses devem ser importados. De modo mais geral, a transparência vem representando cerca de 4% dos custos totais de produção, porcentagem relativamente baixa se comparada com os valores gastos com a adubação, que é de 21%.
Vale mencionar, ainda, que durante uma safra podemos ter incidência de doenças, pois quais também podem elevar os custos de produção.
Rentabilidade
Em função da pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus, as medidas restritivas para controle da propagação do vírus provocaram uma redução do volume de folhas disponíveis e a rentabilidade se apresentaram positiva aos produtores, sendo que para a alface americana foi alta de 61% e, para a alface americana crespa a alta foi ainda maior, 124%.
Tendência para 2021
Para os próximos anos, as tendências para todas as folhosas mencionadas é a hidroponia, que objetiva principalmente maior controle de todo o processo de produção, melhor qualidade estética e redução da mão de obra. Além disso, também temos maiores procuras por hortaliças minimamente processadas, uma vez que essa forma de comercialização possibilita maior praticidade e melhor aproveitamento dos produtos.
Outra aposta do segmento são as fazendas verticais, um modelo de cultivo realizado em prateleiras verticais que permite aproveitar o espaço em ambientes internos, com iluminação artificial com painéis de LED, controle de temperatura, concentração de CO2, entre outras variedades.
Estes locais de cultivo ficam mais próximos dos consumidores e os custos com logística e transporte diminuem, evitando perdas de produtos. Podem sem implantadas em ambiente fechado em áreas urbanas, utilizando galpões, armazéns abandonados, além de toldos de prédios localizados muitas vezes em locais com disponibilidade muito pequena de alimentos frescos e saudáveis, com alta eficiência no uso de insumos, já que é um sistema de alimentos produção sem solo.
A técnica permite economia de água em até 95% em relação ao cultivo convencional, antecipação do ciclo, além de proporcionar um aumento na produtividade, segundo pesquisa coordenada pela Embrapa.
Fonte: Sucesso no Campo