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A autorização para o plantio de soja está dada! Desde o dia 07 de setembro é permitido o cultivo de soja em Mato Grosso, mas pouquíssimas máquinas foram para a lavoura quase duas semanas depois do fim do período de vazio sanitário. O motivo é a segurança do solo!

A cada novo plantio, os agricultores enfrentam um período de grande expectativa e ansiedade. Para esta safra, a previsão é de que a movimentação no campo fique mais atrasada no comparativo com anos anteriores, já que poucas chuvas estão previstas nos próximos dias e ainda, equipamentos nas regiões oeste e noroeste do estado. Somente a partir do final de setembro, é possível que tenhamos chuvas bem condicionais e distribuídas por todo o estado.

Mas então, qual o motivo para a pressa dos produtores em lançar as sementes no solo? A resposta é simples: os agricultores cultivam a primeira safra de soja, já esperamos a segunda, que geralmente será de milho ou algodão! E para concluir duas safras com sucesso, é preciso tempo! 

A principal preocupação para iniciar os trabalhos de plantio fica com os produtores de algodão da segunda safra. Esta pressão representa menos de 10% da área total a ser plantada com soja no estado. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a área de cultivo de soja deve atingir 12,66 milhões de hectares, sendo que a área de algodão da segunda safra de 23/24 foi de 1,2 milhão de hectares e não há perspectiva de grande aumento para a próxima temporada.

Para o plantio do milho “safrinha”, a janela ideal permite que os produtores plantem soja até meados de outubro. A área coberta com cereais, seguramente, não ultrapassará os 7,5 milhões de hectares, que foi a máxima dos últimos cinco anos, em face dos preços e custos atuais. Ou seja, no máximo, outros 55 a 60% da área estariam sob essa pressão de aceleração para garantir uma segunda janela de plantio, com segurança. 

Diante da análise, a conta tem o seguinte resultado: 30 ou até 35% das lavouras não precisam ser plantadas sob pressão ou correria! 

O setor agroalimentar, com todas as características próprias de uma verdadeira indústria, também é orientado pela administração de riscos. Por isso, quero direcionar algumas palavras aos produtores: estamos atentos aos riscos reais que cada um dos senhores está correndo! Evite ser guiado por ruídos ou por informações inconsistentes. Busque a informação correta e orientada técnica, em meio à balbúrdia do dia a dia.

Reflitam! Quanto da sua área precisa mesmo ser plantada agora? Arrisco-me a afirmar que nenhum hectare! 

Qual o tempo de plantio da sua área, em face das máquinas que cada um dos senhores tem? 

Qual o limite de dados da janela ideal para a sua segunda safra, em vista do produto que cada um dos senhores plantará (algodão ou milho)?

Planeje-se bem, inclusive na administração do tempo de sua equipe! 

Para uma safra de sucesso, a semente é matéria-prima e o planejamento, o adjuvante perfeito entre ela e o solo fértil!

Desejo a todos uma safra abençoada, bem feita e uma colheita farta!

* Eduardo Dallastra é CEO da empresa Agro-Sol Sementes, onde participa da evolução da agricultura mato-grossense, atuando nos processos gerenciais de produção de sementes de alta qualidade.

Fonte: Dejane Arnhold de Andrade – Crop AgroComunicação